O papel estratégico do desenvolvimento tecnológico para o Brasil
O desenvolvimento tecnológico dentro de um país representa uma oportunidade transformadora para o crescimento econômico, a inovação e a competitividade global. No caso do Brasil, um país rico em recursos naturais como terras agrícolas, minerais e petróleo, a exploração dessas riquezas é indiscutivelmente importante. No entanto, não podemos nos acomodar em nossa tradição de viver da exploração de nossas riquezas naturais, priorizar o avanço tecnológico oferece um caminho mais sustentável e diversificado para o futuro, ao mesmo tempo em que fortalece a soberania nacional e nossa posição geopolítica.
Historicamente, o Brasil tem dependido de setores como agricultura, mineração e petróleo para impulsionar sua economia. O país é líder mundial na produção de soja e café, possui vastas reservas minerais e um setor petrolífero em expansão. Apesar disso, esses setores enfrentam desafios como a volatilidade dos mercados globais, a dependência de ciclos econômicos externos e questões ambientais graves. Investir em iniciativas de base tecnologica pode não apenas mitigar esses riscos, mas também abrir novas oportunidades econômicas, promovendo a diversificação da matriz produtiva e reduzindo a vulnerabilidade do país a crises internacionais.
O exemplo da Stella Tecnologia: fortalecendo a soberania nacional
O Brasil tem um grande potencial para se tornar uma referência no desenvolvimento de tecnologias estratégicas. Um exemplo concreto desse avanço é o trabalho da Stella Tecnologia, uma empresa que tem liderado a inovação no setor aeroespacial e de defesa.
A Stella Tecnologia desenvolveu o Atobá, maior drone do hemisfério Sul. Um veículo aéreo não tripulado (VANT) de grande porte, capaz de realizar missões de vigilância de fronteiras, patrulha marítima e apoio logístico. Essa plataforma coloca o Brasil em um patamar tecnológico avançado, permitindo maior autonomia no monitoramento de áreas estratégicas e reduzindo a dependência de importação de tecnologias estrangeiras.
Além disso, a Stella Tecnologia está desenvolvendo o Albatroz, um drone inovador projetado para operar a partir do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, a principal embarcação da Marinha do Brasil. O Albatroz será um divisor de águas na capacidade de projeção de força da Marinha, ampliando significativamente o alcance e a eficiência das operações navais brasileiras. Equipado com sensores de última geração, o drone permitirá reconhecimento aéreo, vigilância de longo alcance e apoio a missões estratégicas em alto-mar.
O desenvolvimento de drones como o Albatroz reforça a importância da Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil, um setor estratégico para a soberania nacional. Ter uma indústria de defesa robusta significa não apenas reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, mas também gerar empregos qualificados, desenvolver tecnologias de ponta e fortalecer a posição geopolítica do país.
Lições de países que apostaram na tecnologia
O Brasil pode aprender com exemplos de países que fizeram da tecnologia sua principal estratégia de crescimento e segurança nacional:
Israel, conhecido como a “Startup Nation”, tem uma das maiores concentrações de startups per capita do mundo e é referência no desenvolvimento de drones militares, cibersegurança e inteligência artificial. Empresas como a Elbit Systems e a IAI (Israel Aerospace Industries) são líderes globais na produção de sistemas autônomos e equipamentos de defesa.
A Elbit Systems, por exemplo, exporta produtos de alto valor agregado para diversos países, incluindo o Brasil. Sistemas avançados de aviônicos, radares, drones e equipamentos de comunicação da Elbit são utilizados pelas Forças Armadas brasileiras, gerando empregos altamente qualificados em Israel e reforçando a importância da independência tecnológica para o Brasil. Enquanto Israel obtém divisas e empregos a partir da exportação de tecnologia, o Brasil ainda se vê como comprador desses produtos, quando poderia estar investindo mais no desenvolvimento local de soluções semelhantes.
Coreia do Sul transformou-se em uma potência tecnológica ao investir em eletrônicos, semicondutores e defesa. A Hanwha Aerospace e a KAI (Korea Aerospace Industries) são exemplos de como o setor industrial de defesa pode impulsionar a inovação e o crescimento econômico.
Singapura investiu fortemente na indústria de alta tecnologia e inovação, tornando-se um hub global de fintechs, automação e segurança cibernética. Seu modelo de incentivo a startups e parcerias entre setor público e privado é um exemplo para o Brasil.
Esses países demonstram que apostar no desenvolvimento tecnológico é essencial para fortalecer a autonomia nacional, gerar divisas e consolidar uma economia baseada no conhecimento.
Geração de divisas e fortalecimento econômico
A inovação tecnológica também tem um impacto direto na balança comercial. Em vez de depender exclusivamente da exportação de commodities, o Brasil pode se tornar um fornecedor global de produtos de alta tecnologia, como drones militares, sensores de inteligência e sistemas de navegação autônoma.
A Stella Tecnologia, por exemplo, pode posicionar seus drones como um produto estratégico para exportação, seguindo o exemplo da Embraer, que se tornou uma referência global na aviação comercial e militar. A venda de equipamentos de defesa e monitoramento aéreo para outros países não só gera divisas, mas também fortalece a presença do Brasil no cenário internacional.
Criação de empregos e inovação científica
O investimento em tecnologia impulsiona a criação de empregos altamente qualificados, em áreas como engenharia aeroespacial, inteligência artificial, ciência de dados e automação industrial.
Além disso, o desenvolvimento tecnológico fortalece as universidades e institutos de pesquisa, criando um ecossistema de inovação onde setor privado, governo e academia trabalham juntos. Esse modelo tem sido fundamental para países como Israel e Coreia do Sul, que transformaram suas universidades em verdadeiros polos de tecnologia.
Benefícios gerais do investimento em tecnologia
As vantagens de priorizar o desenvolvimento tecnológico são claras:
• Fortalecimento da soberania nacional: Reduz a dependência de importação de tecnologia estrangeira e melhora a segurança do país.
• Diversificação econômica: Reduz a dependência das exportações de commodities e fortalece setores de alto valor agregado.
• Criação de empregos qualificados: Estimula setores como engenharia, TI e pesquisa científica.
• Competitividade global: Posiciona o Brasil como líder em inovação tecnológica.
• Atração de investimentos internacionais: Empresas inovadoras tendem a captar mais investimentos e gerar parcerias estratégicas.
• Expansão da Base Industrial de Defesa: Desenvolver tecnologias próprias fortalece a BID e garante autonomia nas áreas militar e aeroespacial.
Conclusão: o Brasil precisa liderar sua própria revolução tecnológica
Enquanto os recursos naturais continuam sendo fundamentais para a economia brasileira, investir em tecnologia oferece uma estratégia mais resiliente e sustentável para o crescimento econômico. Projetos como os da Stella Tecnologia, com o desenvolvimento do maior drone do hemisfério Sul, Atobá, e do Albatroz, mostram que o Brasil tem capacidade de se destacar globalmente ao adotar a inovação como pilar central do seu desenvolvimento. No entanto, é preciso que nossas empresas da base estratégica de defesa sejam prestigiadas pelo governo brasileiro, pois, nessa indústria, o que não é utilizado pelo país de origem, dificilmente será adotado por outras nações.
O futuro pertence às nações que dominam a tecnologia, e o Brasil tem a oportunidade de ocupar um lugar de destaque nesse cenário. O fortalecimento da Base Industrial de Defesa, a criação de startups inovadoras e a aposta em setores de alta tecnologia são caminhos inevitáveis para que o Brasil alcance seu verdadeiro potencial no século XXI.